2020 nos trouxe diversos acontecimentos e aprendizados. E nada melhor para começar 2021 do que relembrar tudo que foi escrito nos Planos de Voo no ano passado!
No primeiro texto de 2020, eu escrevi sobre as 10 coisas que ocorreriam no ano. Eram elas:
- Seus resultados em 2019 impactarão como você perceberá seu resultado de 2020
- Algo vai acontecer que não faz sentido algum
- Quando o mercado de ações passar por um período turbulento, você se sentirá mais confortável fazendo algo ao invés de não fazer nada
- Outras pessoas vão ganhar mais dinheiro que você
- Sua alocação terá um impacto maior no seu resultado que a seleção dos ativos
- O melhor investimento que você pode fazer é aumentar sua taxa de poupança
- Uma ação, fundo, estratégia ou classe de ativos irá disparar e você iria querer ter comprado mais dela
- Você não conseguirá distinguir entre sorte e habilidade nos resultados de investimentos dos outros
- A diversificação vai fazer você se sentir um tolo
- Tudo parecerá óbvio após os fatos
Posso dizer com certeza que tudo isso aconteceu ano passado. E não só isso! Tudo se repetirá esse ano!
Em fevereiro, vimos o gráfico abaixo, que mostra a probabilidade de se ter um retorno positivo em diferentes intervalos de tempo.

E também trazia uma frase que gosto muito:
Em um pequeno intervalo de tempo, observa-se a variabilidade do portfólio, não seu retorno.
Isso quer dizer que os resultados de um mês, trimestral e até mesmo o anual, pouco nos diz sobre a performance de um portfólio. Mas temos uma boa ideia de quanto ele pode variar.
Em março, não teve como não escrever sobre o impacto do Coronavírus nos mercados. Além da melhor imagem de todos os temps sobre investimentos:

… o Plano de Voo foi encerrado com uma bela frase:
As crises súbitas do mercado podem ser inquietantes. Manter seu plano coloca você na melhor posição para capturar a recuperação.
Que ajudou a ilustrar o conteúdo geral do texto: nesses momentos de grande nervosismo é que os investidores comentem grandes erros.
Nos meses seguintes, falamos sobre rebalanceamento e sua importância, investimentos ativos e passivos, e como o mercado trabalha em cima de expectativas e não sobre o que está acontecendo no momento. Esse último item é bastante importante para entender o porque as ações mostraram uma recuperação tão rápida mesmo em meio a uma crise tão profunda.
O segundo semestre começou com um texto sobre renda fixa. Mais precisamente, se ela deixaria de ser usada por investidores no Brasil com os juros tão baixos. A conclusão foi de que agora é que os investimentos em renda fixa estão começando no país, com muitos investidores tendo que aprender a diferença entre títulos pós, pré-fixados e indexados à inflação e o impacto do dia do vencimento na variação dos preços -além dos riscos de crédito privado.
Em agosto, foi a vez dos 10 fatores que nos atrapalham ao investir:
- O efeito Dunning-Krueger
- Aversão à perdas
- Viés da Doação
- Ancoragem
- Viés da recência
- Viés do status quo
- Não rebalancear
- Excesso de informação
- Confundir retornos históricos com expectativas futuras
- Abandonar o plano
Já em setembro voltei com um assunto conhecido: no curto prazo só vemos a variação dos nossos investimentos. Depois, começamos o último trimestre do ano entendendo um pouco melhor como funcionam os índices (como o S&P 500 ou o Ibovespa, por exemplo) para depois nos aprofundarmos mais na diferença entre ações de valor e crescimento e na reversão do mercado em torno delas.
Para encerrar o ano, uma lição valorosa: para se dar bem ao investir, tempo é muito mais importante que timing. Para ilustrar, vimos o impacto sobre a rentabilidade ao perdermos apenas alguns dias no mercado. Por isso, é melhor estar investindo o tempo todo e o resultado será muito superior ao se tentar adivinhar se o mercado irá subir ou cair no curto-prazo.
Como diria Charlie Munger sobre seus anos de sucesso ao lado de Warren Buffett:
“É notável quanta vantagem no longo prazo pessoas como nós tivemos tentando ser consistentemente não estúpidas ao invés de tentar sermos inteligentes.”
Leituras interessantes (e aleatórias)
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Originalmente enviado aos clientes da Inva Capital em 22/01/2021.