Na semana passada, quando iniciamos essa série de um portfólio no exterior, vimos as opções que temos para as carteiras de Renda Fixa e a de Imóveis. Agora, é a vez das ações no exterior.
Um filtro no ETF.com mostra que temos 1.307 ETFs de ações a nossa disposição. Os 20 maiores são:
Destes, apenas cinco investem fora dos EUA (VWO e EEM em mercados emergentes, EFA e VEA em países desenvolvidos e o EWJ no Japão). Vamos primeiro começar pelos fundos com foco em empresas norte-americanas.
Para investir nas maiores empresas, o VOO é a opção mais barata — o SPY, por ser o mais antigo e mais conhecido, é o maior ETF do planeta. Para as small caps, temos as seguintes opções (os resultados de cinco e 10 anos são anualizados):
Destes, o VB é o mais barato, com um expense ratio de 0,08%.
Para investir em países desenvolvidos (fora os EUA), meu ETF preferido é o VEU. Além de ser barato (expense ratio de 0,13%), sua diversificação é muito grande (2.338 empresas):
Esses três ETFs já são o suficiente para uma carteira muito boa. Mas, dependendo da sua estratégia e objetivos, há bastante coisa para ser feita.
Por exemplo, você acredita que um setor específico pode ter uma rentabilidade melhor nos próximos meses que o resto do mercado. Existem ETFs setoriais que podem te dar uma exposição maior a certas empresas. Veja, por exemplo, os Sectors SPDRs ETFs:
Cada setor tem um diferente perfil de risco e rentabilidade. O de Energia caiu mais de 15% no último ano com a derrocada do preço do petróleo (e com a recuperação recente da commodity, sobe quase 9% em um mês).
Além de diferentes setores, você pode ter exposição a ações de países conhecidos como fronteira (em inglês, frontier markets):
Geralmente, eles têm menor liquidez e grande volatilidade, mas podem ser uma adição interessante a uma carteira. Veja a composição do FM, por exemplo:
Aposto que você nunca tinha se imaginado investindo na Nigéria ou Bangladesh. Porém, prepare-se para uma volatilidade muito grande. Veja o gráfico abaixo que mostra o que teria acontecido se você tivesse investido USD 10 mil desde o início do FM:
Além de setores e regiões diferentes do planeta, ainda há ETFs temáticos (Bares e Restaurantes, Lazer e Recreação, Água — Michael Burry, um dos personagens de Big Short, está investindo em água — dentre outros) e os que te dão exposição a diferentes fatores de risco — o famoso smart beta, já falamos deles aqui, aqui e aqui.
Enfim, o leque de opções para montar uma carteira de ações no exterior com ETFs é gigantesco. O ideal é montar um núcleo (eu o faria com VOO, VB e VEU) e focar em algum setor, tema ou fator de risco dependendo do cenário, com pesos menores.