O pessoal da Alpha Architect fez um estudo (que descobri pela Bloomberg) bem legal. Eles começaram em 1927 e fizeram um portfólio com as 500 ações que mais subiram nos 5 anos seguintes (então, as que tiveram maior rentabilidade entre 1/1/1927 e 31/12/1931). Uma espécie de S&P 500 turbinado. A cada 5 anos, a carteira era rebalanceada com as que mais subiram nos 5 anos seguintes.
A pergunta feita pelos autores foi: se Deus é onipotente, ele poderia criar uma estratégia de investimento ativa tão boa que ele nunca seria demitido?
A resposta é, obviamente, não.
Apesar do bom retorno anualizado, 29% ao ano (um acumulado de quase 9 milhões%!!), Deus passaria por alguns percalços e, certamente, diversos clientes iam pedir resgate.
O gráfico abaixo mostra os maiores drawdowns (diferença entre uma máxima e o valor mais baixo após ela) da estratégia de Deus (em azul) e do S&P 500 (em vermelho):

Sim, na crise de 1929, Deus teve que amargar um drawdown de 75%! A tabela abaixo mostra mais detalhes dessas quedas.

O artigo ainda continua com uma estratégia long/short (que também tem períodos negativos). A conclusão para a pergunta inicial é a mesma: Deus teria que procurar novos clientes.
Outra conclusão (que é muito boa) é: os investidores devem focar no longo prazo!
Originalmente enviado aos clientes da Inva Capital em 15/03/2019